Didaqué: A Instrução dos Doze Apóstolos

 






O mais antigo documento doutrinário encontrado.

Foi escrito por alguém contemporâneo dos apóstolos, é um manual básico de início na fé, que traz conselhos práticos da caminhada cristã – embora considero que não deve ser levado ao pé da letra, pois no início do cristianismo havia influência judaica e de diversos outros grupos. É de grande simplicidade e validade histórica. Não fala sobre todas as questões da fé, mas é muito rico, mesmo em sua simplicidade. (Fonte: Fruto da Graça)



Bíblia Sagrada (Padre Matos Soares)




📘 1. O que a Didaqué manda sobre o batismo (Did. 7)

O texto diz:

  1. “Baptísate… em água corrente (viva).”

  2. “Se não houver água corrente, batiza em outra água.”

  3. “Se não estiver fria, que seja quente.”

  4. “Se não tiveres água suficiente, derrama água três vezes sobre a cabeça em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”

➡️ Isto significa:

  • A forma normal: imersão (“em água”, preferencialmente “corrente”).

  • Exceção permitida: aspersão (derramamento na cabeça), somente quando não havia água suficiente.

Ou seja: não deixou de ser imersão. A imersão era o padrão. A aspersão era permitida por necessidade, não como forma comum.


📘 2. E o significado da palavra “batizar”? (βαπτίζω / baptízō)

O verbo grego βαπτίζω (baptízō) significa literalmente:

  • mergulhar,

  • afundar,

  • submergir,

  • imergir.

É usado na literatura grega para:

  • mergulhar tecido em tinta,

  • afundar um navio,

  • colocar algo debaixo d’água.

No Novo Testamento:

  • Jesus “foi batizado por João e subiu da água” (Mt 3:16).

  • João batizava “em muito água” (Jo 3:23), indicando a necessidade de quantidade para imersão.

A forma aspersão só aparece mais tardiamente, por razões práticas e pastorais (regiões secas, doentes, idosos, prisão, perseguição).


📘 3. Como a Didaqué se encaixa nisso?

A Didaqué preserva a prática original:

  • Primeiro: imersão em água viva.

  • Depois: imersão em outra água.

  • Por último: derramar água na cabeça se não houver água suficiente.

Isso mostra uma transição por necessidade, não por mudança teológica.



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