Julgamento de Maria Antonieta
Maria Antonieta tinha 37 anos quando foi executada pela guilhotina em 16 de outubro de 1793.
Ela nasceu em 2 de novembro de 1755, portanto morreu apenas 17 dias antes de completar 38 anos.
1. Prisão no Templo (agosto de 1792 – julho de 1793)
Ela foi mantida com a família na Torre do Templo. Depois que Luís XVI foi executado (janeiro de 1793), ela ficou totalmente isolada. Sofreu:
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vigilância constante, inclusive durante necessidades fisiológicas;
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privação de objetos pessoais;
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comida reduzida e muitas vezes ruim;
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ameaças e insultos.
2. Transferência para a Conciergerie (agosto de 1793)
A Conciergerie era chamada de "anticâmara da morte". Lá as condições foram piores:
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cela úmida, com cama de palha;
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luz acesa o tempo todo;
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guardas dentro da cela para observá-la constantemente;
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nenhum contato com os filhos ou amigos;
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saúde deteriorada (provável tuberculose ou câncer de útero).
Foi autorizada a ter apenas uma mulher para assisti-la, Rosalie Lamorlière, que testemunhou sua extrema fraqueza física.
3. O julgamento (14–16 de outubro de 1793)
Ela foi levada ao Tribunal Revolucionário, num julgamento político. As acusações incluíam:
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esbanjamento dos recursos do povo;
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conspiração com potências estrangeiras;
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corrupção do jovem Luís-Charles (acusação infame e inventada).
Ela se defendeu com dignidade. Quando a acusaram de incesto, respondeu:
“Apelo a todas as mães.”
A frase fez o povo no tribunal silenciar por alguns instantes.
Foi condenada à morte sem direito a apelação.
4. A preparação para a execução
Depois da sentença:
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retiraram-lhe todos os adornos e pertences;
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cortaram seus longos cabelos (para que não atrapalhassem a lâmina);
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prenderam suas mãos atrás das costas;
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deram-lhe uma simples camisola branca, sem luxo algum;
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ela pediu um encontro com seus filhos, mas foi negado.
5. O trajeto até a guilhotina
Ela foi levada numa carroça comum, a mesma usada para criminosos comuns.
Diferente de Luís XVI, que fora levado em carruagem fechada, Maria Antonieta foi exibida à multidão. Ela estava:
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muito pálida;
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visivelmente debilitada;
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mas manteve postura ereta e calma.
A multidão gritava insultos, mas testemunhas disseram que ela não reagia.
6. Os últimos instantes
Ao subir o cadafalso, ocorreu o episódio famoso:
Ela pisou sem querer no pé do carrasco Sanson e pediu desculpas:
“Pardon, monsieur. Je ne l’ai pas fait exprès.”(“Perdão, senhor. Não fiz de propósito.”)
Estas são consideradas suas últimas palavras.
Poucos minutos depois, foi guilhotinada na Place de la Révolution, hoje Place de la Concorde.



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